De forma completa e bem
elaborada, conseguiram povoar céus e terras, estendendo-se ao submundo, repletos de seres
magníficos e monstruosos, na qual encaixaram semideuses e grandes heróis. Tiveram
a capacidade de atribuir histórias para
cada criatura que até hoje povoam o
pensamento humano.
É através destes seres magníficos que tentam explicar aquilo que não
está ao alcance de seus conhecimentos.
Sua fraqueza pelos acontecimentos
naturais se traduz no respeito e temor pelas criaturas que criaram para
explicar o inacessível.
Não é pela natureza em si que o
homem primitivo se interessa, mas sim, por aquela que interfere e condiciona
sua existência e ações. Não que tudo na natureza seja um deus, mas todo tipo
de reação e ação desta pode estar directamente ligada á sua manifestação mais
viva. Assim, cada acontecimento pode ser justificado como a ira ou a boa graça
de um determinado deus, como ocorre, por exemplo, no mito de Demeter e
Persofone, esta primeira, que, tendo a filha sequestrada pelo Deus do submundo,
priva os humanos de sua graça retirando-lhes os alimentos que brotam da terra.
Tendo a filha restituída pelo
Deus Supremo (Zeus), mas por tempo limitado, os humanos passam a ter a boa
graça da deusa durante os oito meses que a filha está ao seu lado e,
privando-os das colheitas nos quatro meses que a deusa Persefone retorna ao
Hades[1].
Adoram nos seus deuses aquilo que
almejam:
Os deuses, seres imortais, libertos
das mais pesadas servidões e dos temores da mortalidade e sofrimento, guardam
em si sentimentos humanos que variam desde o seu melhor para o seu pior. Eles
não vivem em função do homem, apenas se limitam a existir e coexistir com
estes.
Vistos de uma maneira humana, com
sentimentos semelhantes ao de cada um, melhor justificavam suas acções.
Mas houve divindades que não
chegaram a ser totalmente humanizadas,
dado a dificuldade de compreenção do seu modo de acção, como é o caso das
Moiras (Destino), Thémis (Ordem Universal), Nemesis (Justiça Distribuítiva), Furias (Vingança), Chronos (Tempo), entre outros, no qual a existência avassaladora tem consequências irreversiveis para com o
Homem.
Todos estes ligados ao destino do Homem; fiado pelas
Moiras, deusas implacáveis, para que se cumpra as leis ditadas por Thémis: a
Lei Universal.
É dela que surge a ordem que
humanos e deuses têm que seguir para não
experimentarem as consequências irreversives e muitas vezes cruéis.
De certo modo contraditória, mas, implacável em sua simples
reacção.